Como você gasta o seu dinheiro?
Cada vez mais o brasileiro tem se interessado pelo assunto
Finanças. Seja por interesse de melhorar seus rendimentos, seja porque a situação
econômica apertou e agora ele precisa fazê-los render.
Acontece que durante muito
tempo fomos treinados a pensar de forma mecanizada e limitada. Vamos à escola e
faculdade para nos tornarmos empregados, e somos ensinados a viver com o que o
empregador está disposto a nos pagar.
Além de tudo isso, ainda temos
uma estrutura tributária caótica, um governo descreditado por um dos maiores
escândalos de corrupção da história e um país cujas pessoas não tem incentivo
para empreender. Em meio a tudo isso, ainda impera uma mentalidade quase
coletiva de que não somos bons administradores.
Para muitas pessoas a ideia de investir ainda é considerada coisa de milionário, muito além de suas possibilidades, e pensando assim nem busca alguma oportunidade ou outro padrão de vida. Conversando com uma amiga, perguntei se ela investia algum dinheiro, ela disse que não mexia com essas coisas porque o pai falou que era perigoso e eles poderiam perder tudo, então era melhor nem tentar. Para mim, que estudo e corro atrás foi um fato curioso, já que hoje é possível investir em renda fixa com R$40,00.
Mas a situação está mudando aos poucos, vide a ascensão de canais no youtube dando dicas de como investir
ou economizar seu dinheiro. Algumas dicas podem parecer óbvias, mas a questão é
que se elas passaram a dar resultado para um grupo de pessoas é porque elas
estavam na nossa frente, mas os pensamentos automáticos voltados para o gasto
não possibilitavam a crítica em cima disso. Talvez não seja tão óbvio
assim.
É aquela velha história, se
fulano ganha R$2.000,00 gasta R$2.001,00, e se passar a ganhar R$10.000,00
continuará gastando R$10.001,00, e assim vai. Ou ainda a pessoa que tem a proeza de ganhar na loteria e morrer na pobreza.
Ao mesmo tempo nos deparamos com
histórias de pessoas que “desafiaram” o sistema e garantiram para si viagens e
uma boa residência sem aumentar a renda e sem se endividar. Como isso é
possível?
É claro que não se pode comparar pessoas em uma posição
confortável de rendas frequentes com alguém que não ganha nada. Não é isso, não
se trata de escolher entre pagar a conta de luz ou água. A questão é analisar o
comportamento financeiro e uma visão de gasto de quem ganha dinheiro e ainda
age como se não ganhasse nada. Vamos buscar o porquê as pessoas não
questionam como gastam seu dinheiro.
Um exemplo banal e considerado superficial por muitos, mas que
pode ilustrar bem o que quero dizer é o seguinte, chega o aniversário de
casamento e a esposa (ou marido) pede para o cônjuge levá-la a um restaurante
chique na cidade, este responde que não tem dinheiro ou então vai além do que
ganha para suprir esse desejo. Iremos considerar que este casal pede comida por
aplicativo toda semana e costuma ir a um restaurante de fast food aos finais de
semana porque não querem fazer comida em casa.
A questão aqui não é estar certo ou não, levar o cônjuge para
jantar ou não. A questão é enxergar que pode haver uma possibilidade antes não
visualizada, simplesmente porque não nos questionamos como estamos
gastando nosso dinheiro no dia a dia.
Neste exemplo, considerando que uma comida do aplicativo custa R$25,00,
um combo de sanduíche no fast food custa R$30,00, que por vezes um combo de
pipoca e refrigerante no cinema custa mais R$30,00, e um prato no restaurante
chique custa R$ 110,00, qual conta deveria ser feita? Depende.
Se a pessoa não se importa em ir ao restaurante, ela ficará muito
feliz com uma comida feita em casa ou com um sanduíche, agora, se ela sempre
teve o desejo de experimentar a comida do restaurante La Chiqué e acredita não
ter dinheiro para isso, ela simplesmente está fazendo escolhas automáticas que
a impedem de alcançar este desejo.
Em apenas um final de semana esse casal pode gastar até R$ 85,00 em
comida. De 52 finais de semana por ano, em apenas 4 eles já pagam por uma
experiência no dia do aniversário de casamento, e dependendo do lugar ainda
sobra.
O exemplo é banal, claro, e visto do ponto de vista de uma vida
confortável, mas até aí ele poderia ser aplicado a várias camadas. A questão é
questionar como se gasta o dinheiro.
Imagem de Nattanan Kanchanaprat por Pixabay.
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